Resumo em 15 segundos: Inventário não trava por falta de bens — trava por falta de dinheiro imediato. Use esta conta de guardanapo para estimar a liquidez-alvo da sua família e evitar vender patrimônio “a preço de feira”.
1) A conta de guardanapo (simples e direta)
Liquidez-alvo ≈ ITCMD + Custas/Cartório + Honorários iniciais + Dívidas de curto prazo
- ITCMD: usar faixa do seu estado (ex.: 4%–8%) e considerar a tendência de valor de mercado como base.
- Custas/Cartório/Avaliações: regra prática de 0,8% a 1,2% do patrimônio inventariado.
- Honorários e despesas legais iniciais: regra prática de 2,5% a 3,5% (entrada + despesas correntes).
- Dívidas de curto prazo: cartões, médicos, contratos, folha etc. (coloque um número conservador).
Leitura rápida: em muitos casos reais, a necessidade de liquidez fica entre 8% e 12% do patrimônio sujeito a inventário, podendo chegar a ~14% em cenários mais exigentes.
2) Três perfis (números ilustrativos para 2025)
Ajuste para o seu Estado, composição de bens, regime de bens e endividamento. Os valores abaixo são didáticos — servem para orientar sua reunião e montar o plano.
| Perfil | Patrimônio (R$) | Cenário Conservador | Cenário Robusto | Liquidez-alvo (%) |
|---|---|---|---|---|
| Família A | 5.000.000 | ITCMD 6% = 300.000 Custas 1% = 50.000 Honorários 3% = 150.000 Dívidas = 50.000 Total ≈ 550.000 | ITCMD 8% = 400.000 Custas 1,2% = 60.000 Honorários 3,5% = 175.000 Dívidas = 75.000 Total ≈ 710.000 | ≈ 11% a 14,2% |
| Família B | 15.000.000 | ITCMD 6% = 900.000 Custas 1% = 150.000 Honorários 3% = 450.000 Dívidas = 150.000 Total ≈ 1.650.000 | ITCMD 8% = 1.200.000 Custas 1,2% = 180.000 Honorários 3,5% = 525.000 Dívidas = 225.000 Total ≈ 2.130.000 | ≈ 11% a 14,2% |
| Família C | 50.000.000 | ITCMD 6% = 3.000.000 Custas 1% = 500.000 Honorários 3% = 1.500.000 Dívidas = 500.000 Total ≈ 5.500.000 | ITCMD 8% = 4.000.000 Custas 1,2% = 600.000 Honorários 3,5% = 1.750.000 Dívidas = 750.000 Total ≈ 7.100.000 | ≈ 11% a 14,2% |
3) E agora? Como montar o “tanque de liquidez”
Divida o valor da sua liquidez-alvo entre três pilares. A proporção exata sai no diagnóstico, mas a lógica é esta:
- Caixa D+0/D+1 (na holding): paga despesas imediatas. Regra de bolso: 40%–60% da liquidez-alvo.
- Previdência (P/VGBL) com beneficiários atualizados: acelera o dinheiro para impostos/custas e equalização entre herdeiros.
- Seguro de vida dimensionado: cobre “picos” (dívidas específicas, concentração de ativos) sem descapitalizar a empresa.
Amarre tudo em governança: acordo de acionistas com buy-sell, Política de Caixa aprovada em ata e memorial sucessório (quem faz o quê nos primeiros 30/90/180 dias).
4) Checklist de 48 horas
- [ ] Calcular a liquidez-alvo com a sua faixa de ITCMD.
- [ ] Atualizar beneficiários de previdência/seguros (com comprovantes).
- [ ] Definir % mínimo de D+0/D+1 e limites por emissor (em ata).
- [ ] Inserir/ajustar gatilho buy-sell e fontes de pagamento no acordo.
- [ ] Montar um cronograma de 90 dias para implementar as 3 frentes.
5) Erros que dobram a conta
- Confundir imóvel com liquidez: raramente vende no preço e no prazo que você precisa.
- Doar correndo sem diagnóstico: progressividade/valor de mercado podem piorar o resultado.
- Beneficiário desatualizado em previdência/seguro: dá briga e atrasa tudo.
- Zero política de caixa: “melhor taxa” com risco de crédito/cauda não é caixa.
✅ Leitura em trilha: PLP 108 na prática (simulações de ITCMD) · Previdência como liquidez sucessória · Política de Caixa da Holding
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Tags: ITCMD 2025, planejamento sucessório, liquidez de inventário, previdência privada, buy-sell, holding familiar S/A, política de caixa, D+0/D+1, governança societária

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